Ana Cláudia Morais, 25 anos, presa em flagrante após matar o marido no Recanto das Emas, na última quinta-feira (3/6), escreveu uma carta para ele e publicou nas redes sociais. O post foi feito um dia depois de cometer o crime. Ela foi solta após audiência de custódia, sob uma série de condições, entre elas, a de não se ausentar do Distrito Federal sem autorização prévia da Justiça.No texto, Ana lamenta a morte do companheiro. Ela deu uma facada em Jonathan Francisco Scheidt da Silva, 24, durante uma briga iniciada por ciúmes. “Foi legítima defesa. Mas eu daria tudo para voltar no tempo e ter levado mais o que fosse e ficado quieta até você se acalmar. Preferia termos nos separado e termos seguido nossas vidas, termos uma amizade. Mas dessa vez eu não fiquei quieta. Minha vida acabou. Amor me perdoa!!!”, escreveu a jovem.Em outra postagem, feita na mesma rede social, Ana Cláudia detalha uma conversa que teve com o filho. “Chamei o Vitor para me abraçar e chorei muito falando de você. Ele falou: mãe a tristeza é como um vírus. Tá doendo em mim também. Por isso eu me afasto e vejo vídeos. Você vai ter que lidar com a sua dor e eu com a minha”, teria dito a criança.
“Eu queria ter te arranhado, era uma faca de mesa pequena, a primeira coisa que vi na minha frente, pra você parar de nervosismo e me pedir perdão como sempre acontecia e tudo se normalizar”, continuou a jovem, na carta.
Fonte https://www.metropoles.com/distrito-federal.
Já te falei tudo isso em oração, em súplica pra que Deus permita você me ouvir. Minha vida acabou ontem. Eu morri junto com você. Foi uma briga como tantas outras que já tivemos. Eu não sei nem explicar o que tô sentindo. Eu falei besteira. Você surtou. Não foi a primeira vez. Eu amo você. Você me disse ontem pela manhã: "vida se contenta porque sou eu com você até que a morte nos separe, sou sua única opção, não te dou escolha". Eu sorri e nos beijamos. Agora tô grogue de calmantes mas a dor é latente, forte. Era a única pessoa que eu tinha além do meu filho. A perícia fez seu trabalho. Os policiais fizeram o trabalho deles. Foi legítima defesa. Mas eu daria tudo pra voltar no tempo e ter levado mais o que fosse e ficado quieta até você se acalmar. Preferia termos nos separado e termos seguido nossas vidas, termos uma amizade. Mas dessa vez eu não fiquei quieta. Minha vida acabou. Amor me perdoa!!! Eu queria ter te arranhado, era uma faca de mesa pequena, a primeira coisa que vi na minha frente, pra você parar de nervosismo e me pedir perdão como sempre acontecia e tudo se normalizar. Mas quando você abaixou o colchão e eu vi, entrei em desespero. Me vesti rápido e gritei por ajuda, chamei os vizinhos pra te colocar no carro. Corremos pra UPA. Eu voltei em casa pra pagar seu documento e busquei minha mãe pra me acompanhar. Deixei ela entrar e fiquei orando no carro. Eu fiz votos, promessas, pedi tanto a Deus. E liguei pra minha mãe, ela me deu a notícia. Entrei correndo na UPA desesperada. Eu tinha certeza que sairia com você dali pra nossa casa. Me perdoa vida. Era muito difícil nossa relação nos momentos de briga. Mas fora deles eu fui muito feliz. Você me mostrou como levar a vida mesmo quando tudo estava difícil, me deu motivos pra sorrir quando minha ansiedade estava me causando mal. Você era minha luz, meu sol, e hoje tá tudo escuro pra mim. Não vejo mais graça na vida. O Vitor precisa de mim. Ele não come desde ontem. Eu não sei como eu vou continuar sem você. Era nós e nossa família. Agora sou eu e o Vitor sozinhos de novo. Eu não sei como vou suportar.
Me espera! Eu vou te amar além dessa vida.
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