Um menino de cinco anos precisou ser transferido de Mirabela para Montes
Claros após ser picado por um escorpião.
O médico André Leão Santos, que atendeu o garoto no
Hospital São Sebastião, explica que ele deu entrada na unidade de saúde após
ser picado na mão esquerda.
“O menino
estava acompanhado da mãe, foi medicado para reduzir a dor e tomou seis frascos
de soro antiescorpiônico. Ele teve uma queda de pressão, que foi restabelecida
depois da medicação.”
A família mora no bairro São João e a criança foi
levada para a unidade de saúde por uma equipe do Samu nesta sexta-feira (26).
Como a Unidade de Suporte Avançado do Samu e o
transporte aéreo estavam em outras ocorrências, a transferência seria feita em
ambulância do Samu com um médico de Mirabela. A equipe foi preparada, mas a USA
do Samu ficou disponível e o garoto foi levado para Montes Claros após ter o
quadro de saúde estabilizado.
A criança foi encaminhada ao Hospital Universitário
Clemente de Faria (HUCF), referência em atendimentos de vítimas de animais
peçonhentos no Norte de MG, na tarde desta sexta-feira (26).
A assessoria de comunicação do HUCF informou que o
menino foi examinado e permanece internado em observação.
Cuidados
Conforme noticiou o G1 em janeiro deste ano, dados do HUCF apontam que os primeiros meses
do ano são os que têm maior incidência de atendimentos de casos relacionados
aos animais peçonhentos. Em função disso, os cuidados devem ser redobrados.
“O envenenamento por contato acidental com o escorpião, responsável pelo
maior número de casos notificados, ocorre principalmente dentro das casas. Não
pode se esquecer, também, da prevenção também com aranhas e cobras. Os
primeiros cuidados após o acidente são determinantes. Felizmente, com a
conscientização e os cuidados, já é possível considerar a redução do registro
de óbitos e no número de pacientes internados”, explicou o pediatra Carlos
Lopo.
O veneno do escorpião oferece maiores riscos para pessoas abaixo dos
sete anos e acima dos 65. Segundo o médico, nessas faixas de idades o
metabolismo é mais lento. No caso das crianças, a relação entre peso e a
quantidade de veneno é um complicador. Já para os idosos, doenças
preexistentes, como diabetes e hipertensão, podem agravar a situação.
Nos casos moderados ou graves, pode haver sintomas como sudorese, palidez,
alteração da circulação, vômitos, entre outros. O agravamento do quadro pode
levar a edema do pulmão, insuficiência cardíaca, convulsão e derrame.
“Uma vez ferroado, o paciente
deve ser levado o mais rápido para a unidade de saúde. Não deve-se passar nada
no local, nem fazer torniquete ou cortes, que aumentam as chances de infecção.
O soro é utilizado dentro da faixa de risco. Fora dela, avaliamos o quadro para
verificar a necessidade”, falou o médico.
Se por um lado, a pandemia obrigou as pessoas a ficarem em casa, o que
as deixaria mais vulneráveis aos ataques, por outro, é também uma oportunidade
para dar mais atenção à limpeza dos ambientes, principal medida para evitar a
proliferação desse bichos, de acordo com o médico.
“É preciso evitar acúmulo de materiais
de construção, lixo e mato. Manter os ambientes limpos é a principal medida
para evitar acidentes com animais peçonhentos de forma geral.”
Lopo ainda destacou que as pessoas têm o costume de criar galinhas, mas
esse tipo de ave têm hábito diurno, enquanto os escorpiões são noturnos. A
aplicação de produtos para o controle desses animais peçonhentos também não é
recomendada, já que não provoca a morte e pode fazer com que eles deixem os
esconderijos, aumentando a chance de acidentes.(G1 grande minas)
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