Mãe flagrada agredindo a filha com fio de extensão é indiciada por tortura pela Polícia Civil; caso ocorreu em Montes Claros e continua presa no Presídio de Itacarambi


Fio usado pela mãe para bater na menina, segundo a polícia — Foto: Juliana Peixoto / Inter TV
A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (27) que a mãe flagrada em um vídeo agredindo a filha de sete anos usando um fio de extensão elétrica foi indiciada por tortura. As imagens foram feitas pelo ex-marido dela, com intuito de forçar uma reconciliação, ele foi indiciado por extorsão. O caso aconteceu em Montes Claros e o inquérito já está com a Justiça.
O homem e a mulher foram presos em flagrante pela Polícia Militar no dia 14 deste mês. A delegada Mônica Brandi ratificou as prisões e os dois ainda permanecem encarcerados. De acordo com a Polícia Civil, a criança passou por avaliação psicológica e está sob os cuidados de uma tia materna, com acompanhamento do Conselho Tutelar.
O vídeo mostra a menina sendo agredida com o fio enquanto permanece em cima de uma cama. A mãe ainda lhe dá tapas, empurrões e puxões no cabelo. Por algumas vezes a garota tenta usar as mãos para se proteger. Ela sofreu lesões na boca, tórax e pernas, segundo a Polícia Civil.
“A criança também foi agredida com socos na cabeça e estava com sangramento na boca e no nariz. Inicialmente, ela nos relatou que já tinha sido agredida outras vezes pela mãe, mas depois de ter contato com familiares disse na delegacia que as agressões aconteceram pela primeira vez”, explicou o cabo da PM, José Fernandes, integrante da equipe que fez a prisão.
O militar explicou que, após fazer o vídeo, o homem tentou a reconciliação. Mais tarde, ele tentou novamente e o ex-casal discutiu.
“Os dois iniciaram uma discussão e ele chamou a PM alegando que estava sendo importunado pela mulher, ela estaria dando chutes no portão da casa dele. Durante o atendimento da ocorrência, questionamos o motivo do desentendimento e o homem mostrou o vídeo”.
Sobre o crime
As investigações da Polícia Civil apontam que o homem e a mulher estavam separados há um ano, eles têm dois filhos. A criança que aparece nas imagens não é filha do investigado.
A mãe declarou em depoimento que a menina pegou dinheiro dela escondido, por isso, bateu com o intuito de corrigi-la. Afirmou que essa foi a primeira vez que isso ocorreu e que mantem relação de afeto com a garota.
Já o homem, contou que no dia 13 de abril foi até a casa da ex levando leite para os filhos deles. Havia uma medida judicial proibindo que ele se aproximasse da mulher.
Na ocasião, o investigado afirma ter presenciado e filmado as agressões. Ele disse em depoimento que a menina estava apanhando porque havia pegado preservativos da mãe para brincar. Afirmou ainda que pediu para que a mulher parasse de bater na garota, mas não prestou socorro porque a criança não é filha dele. Além de não prestar o socorro, o homem usou as imagens para tentar forçar uma reconciliação.
A Polícia Civil reforça a importância da população denunciar esse tipo de crime, para que as situações sejam apuradas e os menores tenha a integridade e segurança preservadas.
O que diz a defesa da mulher
Por telefone, a advogada da mãe da criança manteve a versão apresentada ao G1 no dia da prisão. A defensora alega que as agressões foram incitadas pelo ex-companheiro da mulher.
“Ele já estava fazendo perturbação psicológica com ela e ao perceber que estava corrigindo a criança, passou a incitar as agressões. Ele fez isso para usar as imagens com o intuito de chantageá-la para que eles reatassem o relacionamento”, explicou a advogada, Edna Maria Oliveira Gomes.
Ela disse ainda que a mulher não percebeu que era filmada e estava corrigindo a criança porque ela teria encontrado um preservativo na rua e levado para casa.(G1 grande Minas)


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