Mãe é presa suspeita de morte de filho de 2 anos; 'mesmo diante de tanto sofrimento, era punido por chorar de dor', diz delegado
A Polícia Civil prendeu uma mulher investigada por agredir e matar o
filho de dois anos em Montes Claros (MG). A mãe alegou que menino teria se
ferido ao cair de um banco. A criança morava com os pais e a avó paterna em uma
casa no Bairro Renascença.
“As lesões identificadas na necrópsia são incompatíveis com a queda de
um banco, que tem 45 centímetros de altura. Em razão das agressões recorrentes,
o menino apresentou febre, inchaço, dificuldades para se alimentar e evacuar.
Mesmo diante de tanto sofrimento, era punido por chorar de dor", fala o
responsável pela Delegacia de Homicídios, Bruno Rezende da Silveira.
O delegado diz que em uma das ocasiões o menino foi deixado de castigo
e de joelhos no quintal de casa, durante o período da noite. A avó acordou para
ir ao banheiro e viu o neto. Ao questioná-lo sobre o porquê de estar fora de
casa, disse que a mãe o colocou no local.
O laudo da necrópsia apontou que a criança morreu em decorrência de
“choque distributivo, consequente a perfuração do intestinal, devido a
traumatismo abdominal por instrumento contundente”. Rezende explica que a
perfuração do intestino pode ter sido causada, por exemplo, por murros, chutes
e socos. A mulher nega que tenha sido a responsável pela morte do filho.
Agressões eram constantes
Testemunhas disseram à Polícia Civil que a mãe agredia o filho em
qualquer lugar, inclusive, na rua. Antes de morrer, o menino sofreu por três
dias. Ele foi levado por familiares para o Hospital Universitário, mas precisou
ser transferido para a Santa Casa em função do grave quadro de saúde.Ele morreu
no dia 20 de fevereiro. As duas unidades de saúde e o Conselho Tutelar fizeram
relatórios que foram anexados à investigação.
A Polícia Civil suspeita, com base nas provas levantadas, que a mulher
batia no menino ao ser desagradada pelo companheiro, pai da criança.
“Temos informações que após o sepultamento do filho, a investigada foi
para um bar beber. Ela teve que se mudar e alugou uma casa para morar, já que
nenhum familiar a aceitava. Antes do óbito, testemunhas presenciaram ela dizer
que a criança deveria morrer”, fala Bruno Rezende.
A mulher foi presa no feriado, na última sexta-feira (10). Logo após a
decisão do juiz, na quinta (9), os policiais da delegacia se mobilizaram para
fazer a prisão mesmo no feriado. A investigada foi encontrada no imóvel que
estava alugando, ela foi encaminhada ao presídio.
'A gente não espera esse comportamento de uma mãe'
O inquérito será finalizado em 20 dias, a mulher deverá ser indiciada
por homicídio qualificado, por motivo torpe e meio que impediu a defesa da
vítima.
“Mesmo trabalhando com isso há muito tempo, toda a equipe ficou muito
sensibilizada com o caso, é uma situação que nos choca. A gente não espera esse
comportamento de uma mãe. Mãe é cuidado, é proteção, é amor, é carinho”,
destaca Bruno Rezende
O delegado esclarece que familiares ou vizinhos que presenciarem
agressões devem denunciar. A Polícia Civil apura eventual envolvimento de
outras pessoas no caso.
G1 grande minas
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