TRE cassa mandatos de prefeita e vice de Pirapora acusados de abuso de poder econômico nas eleições de 2016
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) cassou, por cinco votos a um, os
mandatos da prefeita de Pirapora, Marcella Machado Ribas Fonseca (PSD), e do
vice, Orlando Pereira de Lima (DEM). A decisão ocorreu nesta quarta-feira (5).
Os dois são acusados de abuso de poder econômico nas eleições de 2016. No mesmo
julgamento, a sanção de inelegibilidade foi afastada, com isso Marcella Machado
e Orlando Pereira não ficaram inelegíveis. A decisão ainda não foi publicada e
cabe recurso.
A condenação foi divulgada pelo TRE por meio de
nota à imprensa, e reforça decisão em primeira instância
da Justiça Eleitoral local de março deste ano. A nota esclarece
que os cassados permanecem no cargo até o julgamento dos embargos de
declaração. Posteriormente, o presidente da Câmara Municipal assumirá
interinamente a Prefeitura até a realização de novas eleições. A decisão foi
baseada em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) e em uma Ação de
Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), propostas pela coligação "Mãos
Limpas", que foi derrotada durante as eleições.
Na mesma divulgação, o TRE afirma que foram
constadas outras condutas irregulares, como "distribuição de cartas falsas
dois dias antes do pleito, lançamento de candidatura de inelegível para
posterior substituição pela chapa impugnada, contratação excessiva de cabos
eleitorais e compra indireta de votos".
O que diz a defesa
Por telefone, a assessoria de comunicação da
prefeitura informou que não irá se manifestar sobre a decisão. O G1 procurou o advogado que
defende a prefeita e o vice. Fidelis Moraes aguarda a decisão dos embargos
declaratórios e disse estar confiante na decisão do Tribunal Superior
Eleitoral.
"Está claro que a prefeita não tem
participação em qualquer descumprimento legal e que terceiros poderiam ter
cometido as irregularidades. As provas são frágeis e sabemos que não há motivos
para cassação, tanto é que ela permanece elegível", disse.
A prefeita eleita
obteve 15.471 votos (51,87%), sendo a diferença de 1.116 votos para o segundo
colocado.
Entenda o caso
Em março de 2018, em primeira instância, a Justiça Eleitoral de Pirapora
determinou a cassação dos mandatos da prefeita e do vice, depois que um laudo
pericial deixou claro que "houve manipulação de tempo nas inserções da
propaganda eleitoral gratuita na programação" de uma rádio local,
pertencente ao grupo familiar da prefeita Marcella Ribas.
As ações foram propostas pela coligação "Mãos Limpas" e alegam
que a prefeita e o vice incorreram em abuso de poder midiático, corrupção e
fraude. Os laudos, de acordo com a decisão, apontam que o tempo total de
veiculação do programa eleitoral dos investigados foi superior em mais de 48
minutos do que é permitido por lei; em média, a coligação tinha 1 minuto e 41
segundos a mais por dia de programa eleitoral. Já o tempo total de programa da
coligação concorrente foi menor em cerca de 5 horas e 54 minutos.(POR G1 GRANDE
MINAS)
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