Prefeitos decidem paralisar serviços da Saúde e Educação por falta de repasse de verbas do Governo Pimentel
Prefeitos
da região Leste de Minas participaram nesta sexta-feira (27) em Governador
Valadares do Fórum Emergencial de Saúde e Educação dos Municípios do Leste de
Minas. Os chefes do Executivo decidiram, de maneira unânime, paralisar serviços
ligados às áreas debatidas no encontro, como transporte e escolar e compra de
remédios. A paralisação está marcada para ocorrer a partir do dia 20 de agosto.
O motivo é a falta de repassa de verbas feitas pelo governo estadual aos
municípios. Há quase um ano, recursos como do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da
Educação – Fundeb e também do IPVA e ICMS não são repassados para os
municípios, o que prejudica a receita de cada Prefeitura.
Segundo
o prefeito de Valadares, André Merlo, O Fórum foi uma medida tomada para que o
Poder Judiciário e a população tomasse ciência da situação que enfrentam os
municípios. “Tentamos abrir um diálogo com o governo do estado porque estamos
sem orientação. Os municípios vem bancando essa falta de repasse, mas não
aguentamos mais. Queremos saber se os atrasados serão pagos porque, se não
forem, os serviços serão paralisados”, afirma. Ainda segundo Merlo, o estado
deve cerca de R$ 100 milhões ao município, o que tem gerado preocupação,
principalmente na área da Saúde.
Vale do Aço
O
vice-presidente da Associação Mineira dos Municípios e prefeito de Coronel
Fabriciano, Dr. Marcos Vinícius, também falou no evento sobre a situação da
cidade. Sem repasses do Governo estadual há cerca de oito meses, a Saúde e a
Educação podem entrar em colapso caso os repasses não sejam feitos. “Os
municípios não tem mais condições de honrar a folha [de pagamento]. Temos que
tomar uma atitude e o que parece que vai acontecer é uma paralisação desses
serviços. É melhor paralisar agora do que daqui a dois meses nos termos que
acabar com todos os serviços”, afirma.
Coronel
Fabriciano lançou recentemente o Dividômetro, ferramenta digital que apresenta
em tempo real, as dívidas de repasse que o município tem a receber do Governo
do Estado. De acordo com o prefeito, entre as principais dívidas estão Fundeb –
IPVA e ICMS e o Hospital Dr. José Maria Morais. “Hoje, a dívida está chegando
aos R$ 48 milhões. É absurdo, tendo em vista que Fabriciano tem um orçamento de
R$ 170 milhões. Não tem como administrar um município mais”, disse.
Dívida
acumulada
Um
levantamento feito pela Associação Mineira de Municípios (AMM) afirma que o
Governo Estadual deve aos municípios cerca de 6,5 bilhões. Até agora, diversas
tentativas de diálogo com a Secretaria de Fazenda, fóruns e outro encontro
foram realizados para debater o tema. Não houve comparecimento de nenhum
representante do governo.
O
fórum teve o apoio da AMM, da Associação dos Municípios do Vale do Aço (AMVA),
da Associação dos Municípios da Bacia do Suaçuí (AMBAS), Associação dos
Municípios do Médio Rio Doce (Ardoce), Associação dos Municípios do Leste de
Minas (Assoleste), Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e
Emergência do Leste de Minas (Consurge) e Consórcio Intermunicipal de Saúde do
Vale do Rio Doce (Cisdoce), entre outros.
FONTE:
maisvip.com.br/noticias
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