Manoel Freitas - Enviado Especial
O trabalho da natureza
para conseguir o título de Patrimônio da Humanidade já foi feito. A riqueza
natural e histórica está toda lá, para todos verem, e é inquestionável. “Isso
aqui é uma joia que estava guardada até agora e precisa ser revelada ao mundo,
uma joia para Minas, para o Brasil, para a humanidade”, afirma o diretor de
Relações Internacionais do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan), Marcelo Brito.
Agora, a consagração do Parque
Nacional Cavernas do Peruaçu vai depender do esforço de uma equipe de
especialistas para encontrar as justificativas, os meios, as vias e vencer no
campo da argumentação técnica para convencer a Unesco de que a unidade de
preservação que fica no Norte de Minas merece ser alçada a patrimônio mundial.
Os elementos para compor o
dossiê de convencimento foram coletados em uma expedição realizada nos últimos
dias 7 e 8, da qual O NORTE participou, com exclusividade. A comitiva de
dirigentes do Iphan em Minas Gerais fez um levantamento criterioso.
Na equipe, Marcelo Brito, a
superintendente em Minas, Célia Corsino; o arqueólogo Reginaldo Barcelos e o
espeleólogo Carlos Leonardo Giunco, integrante da Sociedade Brasileira de
Espeleologia (SBE) e coordenador da candidatura ao selo.
O grupo, do qual participaram
dirigentes do Instituto Chico Mendes para Preservação da Biodiversidade
(ICMbio), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Fundação Darcy Ribeiro e
ambientalistas, visitou cinco grutas: Desenhos, Bonita, Boquete, Caboclo e
Janelão, uma das mais significativas do Brasil, segundo a Sociedade Brasileira
de Espeleologia.
A expectativa é a de que o
Brasil apresente a candidatura do parque à Unesco na categoria mista, Patrimônio
Natural e Cultural, em 2021.
Depois do exaustivo trabalho de
campo, Marcelo Brito disse que a concessão do título é “incontestável”. Nesse
sentido, o diretor garantiu que o Iphan “está engajado e vai trabalhar com
afinco nessa candidatura”.
TURISMO
Célia Corsino ressalta que o selo da Unesco é de extrema importância para preservação do patrimônio e valorização da economia local.
TURISMO
Célia Corsino ressalta que o selo da Unesco é de extrema importância para preservação do patrimônio e valorização da economia local.
“Traz toda uma situação por
trás dele, como o incentivo ao turismo internacional, turismo especializado, e
é isso que é importante, que será um vetor de desenvolvimento para o Norte de
Minas”, afirma, lembrando que o Iphan é o órgão do governo brasileiro que faz a
ponte com a Unesco.
“Diante do que podemos
verificar, entendo que agora está na hora do Peruaçu. De mostrar ao mundo a
grandiosidade e exuberância dos seus cânions, cavernas e sítios arqueológicos”
Célia Corsino
Superintendente do Iphan em Minas
Célia Corsino
Superintendente do Iphan em Minas
Sobram
motivos para obter título
Após os dois dias de visitação, a equipe do Iphan adiantou, na reunião final em Januária, que conta também a favor da candidatura do Peruaçu o fato de o Brasil ter acabado de assumir uma cadeira e a vice-presidência no Comitê dentro da Unesco. A duração é de quatro anos, tempo suficiente para que os órgãos cumpram todas as etapas da candidatura.
Após os dois dias de visitação, a equipe do Iphan adiantou, na reunião final em Januária, que conta também a favor da candidatura do Peruaçu o fato de o Brasil ter acabado de assumir uma cadeira e a vice-presidência no Comitê dentro da Unesco. A duração é de quatro anos, tempo suficiente para que os órgãos cumpram todas as etapas da candidatura.
O Peruaçu precisaria se
encaixar apenas em um requisito da Unesco para ganhar o título, mas se insere
em três, principalmente pela singularidade das 180 cavernas nas quais estão
incrustadas pinturas rupestres de épocas distintas, em paredões que revelam
formações geológicas, espeleológicas e ambientais únicas.
Carlos Leonardo Giunco,
integrante da Sociedade Brasileira de Espeleologia, disse que fortalece a
candidatura do Peruaçu o fato de a área ser considerada hábitat de espécies da
fauna ameaçadas de extinção. “Além de ter beleza natural sui generis,
evidências e registros geológicos dos diferentes períodos da humanidade”.
O arqueólogo Reginaldo Barcelos
constatou o registro de diferentes períodos históricos de povos que viveram na
região com tradições distintas, “inclusive algumas como no caso da Lapa do
Caboclo, sobrepondo umas às outras.
fotosManoel Freitas
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