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Projeto da Associação dos Produtores Rurais de Vereda,
de Matias Cardoso, em Minas Gerais, foi um dos cinco primeiros colocados no
Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais, cujo
resultado foi definido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) nesta quinta-feira, 10.
A iniciativa, em parceria com a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e Agricultura (FAO), premiou outras 14 iniciativas, distribuídas
pelas cinco regiões do país.
O objetivo é reconhecer boas práticas ligadas
aos sistemas agrícolas de povos e comunidades tradicionais que estejam
vinculadas aos saberes ancestrais dessas populações e contribuam para a
sustentabilidade ambiental e para a sobrevivência social e econômica dos grupos
que delas se utilizam.
Além do projeto mineiro, dividiram
as 5 primeiras posições, pela ordem: “Protagonismo das Mulheres de Fibra do
Médio Mearim”, da Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais (AMTR), em Lago
do Junco/MA; a “Feira de Troca De Sementes e Mudas das Comunidades Quilombolas
do Vale do Ribeira”, da Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro,
em Eldorado (SP); a “Feira da Mandioca de Imbituba”, da Associação Comunitária
Rural de Imbituba (SC); e “Recaatingamento”, do Instituto Regional da Pequena
Agropecuária Apropriada, em vários municípios da Bahia.
Os 5 primeiros colocados receberão o valor de R$
70 mil e os outros 10 melhores classificados (que podem ser conhecidos em www.bndes.gov.br/premiosat) receberão R$ 50 mil. Os recursos são do Fundo Social
do BNDES, que apoia com financiamento não reembolsável iniciativas que gerem
trabalho, renda e inclusão socioprodutiva para comunidades tradicionais e
agricultores familiares.
Título inédito – Os contemplados pelo prêmio receberão também
uma capacitação sobre as políticas públicas nacionais e internacionais
relacionadas ao tema, especialmente as políticas patrimoniais do IPHAN
(Patrimônio Imaterial) e da FAO. Assim, serão gerados subsídios para a
implantação, no Brasil, do Programa Globally Important Agricultural Heritage
Systems (GIAHS), da FAO (em tradução livre, Sistemas Agrícolas Tradicionais de
Relevância Global).
Os GIAHS combinam agricultura sustentável,
geração de renda e desenvolvimento rural com a salvaguarda dos bens sociais,
culturais, econômicos e ambientais, valorizando os conhecimentos tradicionais e
a sucessão geracional no campo. O título GIAHS já foi concedido a 50 Sistemas
Agrícolas Tradicionais em países como Argélia, Bangladesh, Chile, China, Coreia
do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Índia, Irã, Japão, Quênia,
México, Marrocos, Peru, Filipinas, Portugal, Sri Lanka, Tanzânia e Tunísia.
O Brasil, apesar da riqueza socioambiental e da
diversidade e engenhosidade dos sistemas agrícolas, assim como do enorme valor
dos conhecimentos tradicionais associados a essas práticas, ainda não possui um
GIAHS reconhecido pela FAO.
Assessoria de Imprensa
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