JANUÁRIA: FPI -MG recolhem animais silvestre, através de entrega voluntária de moradores

Por se tratar de doação espontânea, criadores não foram penalizados

"Eu amo demais esses bichinhos, mas é como se diz: se a gente ama, tem de querer o melhor pra eles, não é? Se a gente não gosta de ficar preso, porque o bichinho tem que ficar?", disse dona Ivanete, ao entregar três periquitos para a equipe Fauna da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) de Minas Gerais, durante uma ação de entrega voluntária de animais silvestres que aconteceu neste sábado, 8 de julho, em Januária (MG).
Em apenas quatro horas, foram entregues 20 animais: dois papagaios, três tuins, três periquitos, quatro pássaros pretos, um bicudo, um canário da terra e seis jabutis.
Foi um dia de interação com a comunidade, quando especialistas ambientais puderam tirar dúvidas e prestar esclarecimentos a pessoas que pretendem ter aves silvestres regularizadas. Na oportunidade, a equipe também explicou como é o processo de readaptação dos bichos que estavam em cativeiro até seu retorno à natureza.
Função ecológica - A unidade móvel da FPI Minas ficou estacionada das 8 às 13 horas na Praça Tiradentes, região central de Januária, para receber doações de animais silvestres que são criados ilegalmente.
“As aves têm uma função ecológica muito importante, de que as pessoas geralmente não se dão conta. Elas controlam insetos e pragas, além de fazerem a dispersão de sementes. Então, ao tirá-las de seu ambiente natural, as aves ficam impossibilitadas de cumprir sua função ecológica, causando um desequilíbrio ambiental que afeta a todos nós”, explica o gestor ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad) e médico veterinário, André Russo.
A FPI também alertou para o fato de que a criação ilegal de animais pode acarretar vários riscos, entre eles, a disseminação de doenças transmissíveis por animais e a fiscalização: se o proprietário for flagrado com algum animal silvestre em cativeiro ilegal, ele vai ser autuado e terá de pagar multa que pode ir de R$ 900 até R$ 2 milhões, dependendo da espécie e das condições em que o animal for encontrado.
Aliás, se o animal for encontrado em más condições - e isso abrange, por exemplo, o corte das penas para impedir as aves de voar - o proprietário poderá inclusive ser preso em flagrante por crime de maus tratos.
No sábado, como se tratou de entrega voluntária, os cidadãos que entregaram os animais não foram penalizados.
A legislação prevê que apenas animais nascidos em cativeiro podem ser regularizados, desde que o criadouro tenha autorização dos órgãos de fiscalização. Acontece que os sistemas de criação amadora ou comercial também são regulamentados e devem seguir regras específicas.
Segundo André Russo, “Com frequência, a gente se depara com situações em que os criadores estão cadastrados, mas desconhecem as normas e adotam práticas irregulares, como anilhas que não correspondem ao exigido para determinada espécie de ave”.
A entrega voluntária ainda poderá ser feita até o dia 14 de julho na sub-base do Previncêndio, em Januária. Antes de se dirigir ao local, o interessado deve entrar em contato pelo telefone (38) 3621.6950.

ASCOM FPI

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