Vereador de Caratinga toma posse algemado
O vereador Ronilson Marcílio Alves (PTB), de 42 anos, compareceu à Câmara Municipal de Caratinga algemado para tomar posse de seu terceiro mandato. Ele foi o quarto candidato mais votado na cidade, com 854 votos, e foi preso em dezembro, depois de ser reeleito. Ronilson estava acompanhado de uma escolta de agentes penitenciários.
Dário Júnior, advogado de Marcílio, conta que inicialmente havia um acordo com o presidente da Câmara, Valter Cardoso (DEM), para que a posse fosse feita dentro do gabinete, mas Cardoso decidiu optar por fazer a cerimônia de posse no plenário, para evitar que atitude fosse mal entendida. "Essa escolha foi para dar mais transparência ao processo. É claro que essa exposição pública prejudicou meu cliente, mas optamos por fazer desta forma para garantir a posse do cargo, para o qual ele foi legitimamente eleito", explica.
Dário conta que o regimento da Casa determina que os vereadores têm 10 dias para tomar posse depois da cerimônia que ocorre no primeiro dia do ano do começo da legislatura. Ele acredita que seu cliente vai obter um liminar ainda durante o recesso da Casa, para cumprir integralmente o mandato. "Acho que ainda em janeiro teremos uma decisão favorável", avalia.
De acordo com o defensor do petebista, Ronilson foi preso foi após uma investigação da Polícia Federal sobre a tentativa de extorsão contra um padre da cidade, que trabalha na área da saúde e teria tido uma relação homossexual. O religioso estaria sendo chantageado por um grupo para que o caso não fosse revelado.
Ainda de acordo com o advogado, em novembro o vereador foi alvo de um mandato de busca e apreensão em sua casa, mas foi liberado por não haver flagrante. Com o fim do inquérito, o delegado do caso pediu a prisão do político no dia 12 de dezembro, mandato que foi cumprido no dia 19 de dezembro. Desde então ele está preso na penitenciaria da cidade.
Dário alega que o cliente é inocente e que estava apenas negociando a situação para ajudar o padre não fosse prejudicado. "A fundamentação não é robusta o suficiente para que ele seja detido", afirma.
Comentários
Postar um comentário