Médico avalia o menino Kauan Rafael (Foto: Reprodução/Inter TV Grande Minas)
No começo achei que ia perder meu filho. Peguei com Deus, que era a única força que eu tinha, e pedi um milagre. Deu tudo certo!”, a declaração é da mãe de Kauan Rafael, de 9 anos. O menino foi baleado no coração há 7 dias, passou por uma cirurgia de alto risco e recebeu alta nessa sexta-feira (19). Ele jogava “Pokémon Go” na porta de casa, em Montes Claros (MG), quando dois homens chegaram de bicicleta atirando.
Se para a família a recuperação do pequeno Rafael é um milagre, para o médico que o atendeu também não é diferente. Em sete anos de carreira, o pediatra Renato Neves nunca viu nenhum paciente sobreviver a esse tipo de ferimento, nos casos de crianças a situação ainda é mais grave. “Geralmente quando acontece isso o paciente nem chega vivo ao hospital. É um milagre, ele chegar aqui, submeter a essa cirurgia de alta complexidade e estar vivo e indo para casa”, afirmou.
De acordo com o médico, alguns fatores contribuíram para a sobrevivência de Kauan. “Os pais o levaram rapidamente ao hospital e no momento da cirurgia ele teve uma grande sorte porque surgiu uma vaga no CTI de adulto, onde recebeu o suporte adequado”.
Para a mãe do Kauan, retornar para a casa com o filho recuperado significa renascimento para toda a família. “Nós somos em quatro, eu, meus dois filhos e meu marido, é renascimento de todos nós. A nossa fé foi renovada”, diz Naiara Viviane Ribeiro.
Kauan foi baleado na porta de casa no Bairro Clarice Athayde na madrugada da última sexta-feira (12). O pai dele também foi ferido por um disparo no ombro. Segundo a Polícia Militar, o alvo dos atiradores era um adolescente de 15 anos que não foi atingido.
“Ele me pediu o celular e sentou na porta, onde havia mais pessoas. Eu e minha esposa estávamos assistindo televisão e saímos porque parecia que estava ocorrendo uma briga. Quando ouvi os tiros, peguei meu filho no colo para entrar e vi que ele tinha sido baleado. Entreguei ele nos braços da minha mulher, tirei o carro da garagem e corri para o hospital, ela que percebeu que eu tinha tomado um tiro. Não senti dor, só pensava em socorrer meu filho”, contou José Francisco Soares Neto, pai da criança, no dia da ocorrência.
Ainda segundo Francisco, o alvo dos dois rapazes correu em direção a porta da casa dele, por isso ele o filho acabaram baleados. Os dois suspeitos foram detidos no dia do crime.
(Fonte: G1 Grande Minas)
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