A índia Juvana Xacriabá participou de reunião com deputados em Belo Horizonte (Foto: Guilherme Bergamini/ ALMG)
A índia Juvana Xacriabá,
presa durante um protesto de 7 de setembro em Montes
Claros, no Norte de Minas Gerais, relatou a deputados abusos de policiais
militares no ato de sua detenção. A reunião foi realizada nesta
quarta-feira (9) na Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais (ALMG), em Belo Horizonte.
Segundo a Assembleia,
Juvana contou que após ser imobilizada e algemada um policial colocou a perna
sobre sua cabeça a impedindo de respirar. “Eu já estava jogada no chão como um
bicho, algemada, com dois policiais segurando as minhas pernas e o PM que me
abordou ainda colocou a perna em cima da minha cabeça. Fiquei um tempo sem
conseguir respirar, sentindo a força do policial pressionando minha cabeça.
Depois que ele tirou a perna, eu estava passando mal, quase desmaiei”, disse
aos deputados.
A Polícia Militar
informou que a índia, estudante em Montes Claros, estava exaltada e chutou um
alambrado que separava um espaço reservado ao palco, montado na Avenida
Deputado Esteves Rodrigues, onde eram realizados os desfiles em homenagem a
Independência. Ainda de acordo com a PM, o alambrado caiu e atingiu policiais.
Juvana Xacriabá foi conduzida à delegacia
Conforme a ALMG, ela
relatou ainda que o tumulto, que culminou com sua prisão, ocorreu após um
deboche do prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz (PRB), que teria provocado os
manifestantes com gestos e postura “zombeteira.
Juvana
afirmou aos deputados que não ameaçou o prefeito com uma flecha e que o objeto
não se trata de uma arma, conforme a Assembleia. A índia disse que os
manifestantes haviam colocado camisas nas flechas e estavam mostrando para o
prefeito, de acordo com a ALMG.
Os
deputados aprovaram um requerimento para marcar uma audiência pública em Montes
Claros. Os parlamentares vão convidar o prefeito, o comandante da PM na região,
o Secretário de Estado de Direitos Humanos, além de representantes da Polícia
Federal e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) para participar do
encontro.(g1 grande Minas)
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