Valdivan VelosoDo G1 Grande Mina
Uma índia Xacriabá foi detida na manhã desta
segunda-feira (7) durante a manifestação “O grito dos Excluídos” em
Montes Claros, Norte de Minas, após o desfile de 7
de setembro. O grupo protestava e reivindicava melhorias na
educação, saúde e segurança no município.
De acordo com a Polícia Militar, a índia, que
estuda em Montes Claros,
estava exaltada e chutou um alambrado que separava um espaço reservado ao
palco, montado na Avenida Deputado Esteves Rodrigues, onde aconteceu os
desfiles em homenagem a Independência. Ainda de acordo com a PM, o alambrado
caiu e atingiu policiais. Juvana Xacriabá foi conduzida à delegacia.
“Nós fazíamos nossas reivindicações, que são
diárias, e o prefeito (Ruy Muniz) acenava como se estivesse zombando da gente.
Acredito que tenha ocorrido um equívoco, pois muitos jovens pulavam no local”,
afirma a integrante do movimento, Sônia Gomes Oliveira.
O prefeito Ruy Runiz afirmou que acompanhou
todos os desfiles e que aplaudiu os movimentos que participaram em uma atitude
democrática. O prefeito afirmou ainda que estava distante da moça que foi presa
e não teve nenhum contato visual com ela.
Representantes do movimento acusam os
policiais de usarem força desproporcional durante a ação. Segundo o major
Oswaldo Marques, a estudante se mostrava muito exaltada e resistiu à prisão.
“Nós não usamos violência. Os policiais precisaram usar técnicas de
imobilização que a própria Polícia Militar ensina”, explica.
O delegado de plantão, Rodrigo Andersen
Guedes, ouviu a estudante e também os policiais envolvidos na ocorrência. Ele
afirma que a estudante é uma índia Xakriabá e estava totalmente caracterizada,
inclusive com arco e flecha. “Durante o depoimento ela relatou que não tinha
intenção de derrubar o alambrado, nem queria ameaçar ou lesionar alguém”, diz o
delegado.
Apesar da estudante ser uma índia xacriabá,
de acordo com o delegado, o crime cometido por ela é considerado comum e deve
ser investigado pela justiça comum. "Neste caso não envolveu nenhum
direito indígena e por isso será acompanhado pela justilça comum",
explica.
A jovem passou por exames de corpo de
delito, foi ouvida e liberada. O delegado Rodrigo Andersen afirmou que será
instaurado um inquérito para apurar o caso.
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