EXCLUSIVO
Por Vailton Ferreira
Quem passa todos os dias na BR 135 na saída da
cidade de Itacarambi sentido Januária tem observado alguns homens sentados a
beira da rodovia. Ao lado deles tem uma placa com a seguinte frase ‘’CHAPA”, para quem não conhece são homens que acordam bem
cedo a procura de trabalho. São os CHAPA
no qual você já deve ter visto nas margens das estradas e rodovias
brasileiras, umas pessoas "acampadas" , próximo da entrada das
cidades. Geralmente, se identificam, como CHAPA. São os GUIAS para motoristas,
no perímetro urbano, e ajudam nas cargas e descargas do material transportado.
Nossa reportagem esteve visitando os chapas
de Itacarambi, e identificou 10 homens trabalhando no município, um deles José
Emilio G. Ferreira, mais conhecido como Zé Guaxe. Disse que é um chapa com freguês fixo, aguarda serviço à
beira da Rodovia BR 135. Ao lado da fabrica de tomate, falou que escolheu esta
profissão porque não tinha outro emprego, antes era lancheiro, depois de 5 anos
como CHAPA, falou que rende alguns trocados chega a receber até 70,00 reais por
dia ou até mais. Disse ainda que viaja para qualquer lugar do Brasil, desde que o motorista banca tudo.
Givaldo R. Santos, o BOI, falou que virou
CHAPA há 20 anos, já viajou para vários lugares de Minas Gerais. Respondeu
que para ser CHAPA tem que ser forte e valente para suportar o peso e também um
sol forte na cabeça. Disse que o que ganha dá para o sustento da família, mesmo
assim reclama com as poucas cargas que chegam em Itacarambi, porque o motorista
quando chega na cidade já traz o outro da cidade de origem. “”ficamos sem
trabalhar porque os motoristas ainda não sabe que aqui em nossa cidade tem o
pessoal””. Falou Boi.
Como toda profissão, a de chapa também tem os
seus macetes. Com a concorrência aumentando a cada dia, chegar cedo, logo de
manhãzinha, à beira da estrada é um deles. E a confiança é o outro; o mais
importante, aliás. É com base na confiança que o chapa pode até mesmo formar
uma “clientela”. “Consigo arrumar trabalho todo dia, porque tenho freguês fixo.
Se você não trabalhar direito, o caminhoneiro não te pega mais. Falou Guaxe. Completou
ainda dizendo que não aceita outro forasteiro, porque o grupo não vai acatar concorrência.
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